Cristian - Hungria, povo alegre, animado e muito festeiro
Meu nome é Cristian, tenho 28 anos, sou gaúcho de Santa Maria e voluntário em Budapeste - Hungria. No momento esse é meu trabalho mesmo, mas antes trabalhava com sistemas de alarmes (nada a ver comigo), mas então conheci essa oportunidade dada pela Associação Brasileira de Intercâmbio Cultural e em parceria com os Maristas de fazer um intercâmbio de serviço voluntario e topei. Afinal, era uma boa oportunidade de expandir meus horizontes, abrir a minha visão e sentir novas experiências.
Realmente esse intercâmbio me proporcionou isso e muito mais. Estou completando 5 meses em Budapeste, e as experiências aqui vividas me impactaram profundamente. Aqui aprendi mais sobre as diferenças sociais e econômicas entre Brasil e Europa. Apesar que aqui na Hungria a diferença não ser tão grande assim, pois assim como o Brasil tem problemas sociais, a Hungria também os tem; a diferença são as dimensões. Como o Brasil é maior os problemas também são. Mas apesar de tudo a Hungria é um país da zona europeia em desenvolvimento ou em ascensão.
A Hungria é uma pais lindo, Budapeste minha cidade favorita. E também aqui vi que as coisas realmente funcionam e andam. O sistema público é mega eficiente ainda que os húngaros o considerem horrível. A cidade de Budapeste é limpa em comparação com as grandes cidades do Brasil. Outra visão que também foi derrubada quando eu cheguei na Hungria é de que na Europa não há pobreza. Há sim e muita, mas é não muito vista pelos turistas porque geralmente está concentrada nas periferias ou no interior. Aqui a diferença entre rico e pobre não é grande ou astronômica como no Brasil, mas mesmo assim ainda há. Mais ainda com o grupo étnico chamado "roma", ou "ciganos" comumente conhecidos. Seus estilos de vida assim como seu comportamento são duramente criticados e muito mal vistos pelos húngaros, e os húngaros não são únicos a pensar dessa forma, toda a Europa pensa mais ou menos no mesmo jeito, Alias aqui na Hungria é um assunto delicado a se tratar ou conversar, chega a ser um tabu. Os ciganos de certa forma chegam a ser um pouco parecidos com nós brasileiros. São um povo alegre, animado e muito festeiro. Mas há algumas diferenças é claro. Os ciganos também são conhecidos por grave problema de caráter, desonestidade e outras coisas do gênero, até onde é verdade eu não sei, não posso afirmar. Infelizmente, creio eu que muito dessa fama é devido a esses mesmos não receberem oportunidades iguais, ou nem ao menos receberem oportunidades. Eles sofrem um forte preconceito e por isso geralmente não conseguem empregos ou boas escolas.
Meu trabalho é com esse povo feliz de sorriso fácil no rosto, mas muito sofrido e com uma péssima fama. Basicamente, meu trabalho é muito mais de animação e entretenimento, até mesmo porque minha dificuldade com a língua húngara me impede que eu realize outras funções. Gostaria de poder fazer mais, mas como Fruszi me fala que só a minha presença já é um incentivo a esses garotos e garotas o que torna meu trabalho aqui muito gratificante. Por meu trabalho ser com jovens, é um pouco complicado! Lidar com o ânimo inconstante deles não é fácil. Alguns são hiperativos o que dificulta ainda mais o trabalho. A maioria não tem idéia do que, nem por que fazemos esse trabalho, mas aceitam de bom grado. Trabalho em dois lugares chamados: Ferenci Varosi Tanoda e Pince. Também de vez em quando realizo algumas tarefas simples no escritório da Artemisszió, com scaneamento de arquivos, impressão e organização de alguns folhetos ou apostilas e pastas. Assim como participar, ajudar e organizar eventos de esportes como forma de integração para estrangeiros no país. A Hungria é uma país muito receptivo.
Também nesse período aqui tive a oportunidade de conhecer outros lugares, assim como sua cultura, música e gastronomia, países como: Alemanha, Áustria, Eslováquia, Itália e Portugal. Todos lugares e países lindos, magníficos e históricos. Visitar a Europa é visitar história.
Obrigado a Deus, e a todos que me oportunizaram esse momento. Um agradecimento especial a Danila Baravalle, Jair Dutra e Augusto Rossini. Obrigado Associação Brasileira de Intercâmbio Cultural, Maristas e Artemisszió.
Um abraço,
Cristian